Thursday, June 21, 2012

Crise faz Portugal perder 300 milionários em 2011 e...Por outro lado...


Crise faz Portugal perder 300 milionários em 2011

Alexandra Brito
20/06/12 00:05

Estudo “World Wealth Report 2012” da Capgemini revela que a crise também afecta o património dos mais ricos.

No ano em que Portugal teve de ser resgatado pelas autoridades internacionais, o País perdeu 300 milionários. Um dado que representa uma quebra de 2,8% face ao número de portugueses com património mais elevado registado em 2010: na altura eram 10.700.

Os números fazem parte do estudo anual elaborado pela Capgemini, intitulado "World Wealth Report 2012". Para este estudo são tidos em conta os indivíduos com um património disponível para investir acima de um milhão de dólares. Todos os outros activos: como casas, carros, jóias ou obras de arte não são contabilizados. Além de acompanhar a evolução do número de milionários a nível mundial, o estudo monitoriza também a evolução do seu património e as classes de activos preferidas dos milionários para investir.

Os números da última edição do estudo, ontem divulgado, mostram como nem mesmo os mais ricos conseguiram fintar os efeitos da crise. Em Portugal, o número de milionários recuou 2,8% para os 10.400. A queda dos preços do imobiliários - no valor de 7,8% no ano passado-, a redução da capitalização bolsista do PSI 20 e a contracção do PIB foram os factores que, segundo a Capgemini, mais contribuíram para a inibição da riqueza em Portugal.


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(Desenho: Gonçalo Afonso Dias)
(GAD)
Por outro lado...
Esta notícia da redução significativa de milionários em Portugal, num contexto de crise económica e de austeridade cega tem com certeza da parte da maioria dos portugueses uma reacção primária mas compreensível: "tadinhos!...a pena que eu tenho deles..." ou coisas parecidas.
Analisando a notícia noutra óptica, abdicando dessa retórica vagamente marxista, a notícia é, de facto má.
Afinal, se pensarmos bem, quem cria emprego e gera riqueza em qualquer economia? Os pobres e/ou os remediados? A resposta é, claro, - Não!
Nesse sentido, o desabafo que me ocorre, é qualquer coisa do género: "até já toca aos ricos..."
Não é preciso ser rico para chegar a essa conclusão. Numa altura em que o acelerado empobrecimento da classe média portuguesa tem tido como consequência o aumento do desemprego para valores nunca vistos por cá, numa altura em que todos nós sofremos, de alguma maneira, as consequências da política liberal deste governo, numa altura em que poucos haverá que não têm ninguém da sua família ou das suas relações no desemprego ou a "fazer as malas", todas as notícias são tendencialmente más. Até essa.

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